"Ajusto-me a mim, não ao mundo." (Anais Nin)

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Freud estava certo?

Ontem eu comprei a Superinteressante deste mês. Sem nenhum interesse específico na matéria de capa, queria algo pra ler no almoço, enquanto esperava uma prova começar. A matéria era sobre a psicoterapia ou terapia pela fala, analisando os resultados desde as terapias Freudianas até aquelas bem distantes dos seus ensinamentos. Em resumo, todas as terapias pela fala, uma vez aplicadas por bons profissionais, tem o mesmo resultado: elas ativam áreas do cérebro que ajudam, de forma prática, na resolução do problema e no auto-conhecimento.

Eu estou nessa busca pelo auto-conhecimento há alguns anos. Tentando entender e controlar minhas emoções e minhas atitudes. Já fui em uns três ou quatro terapeutas. Gostei de um deles. Na época, eu passava por uma confusão total entre o que eu tinha que fazer e o que eu queria fazer. Hoje, eu vejo que essa é basicamente a raiz do problema: eu passo muito tempo fazendo o que acredito que tenha que ser feito e muito pouco atenta às minhas reais necessidades.

Eu tento me respeitar mais. A verbalizar com mais frequência aquilo que eu vivia engolindo (e acabava pondo pra fora da pior forma possível). Ainda tem um "bolo" aqui dentro que me diz com frequência que estou seguindo no caminho errado. Mas ainda não sei exatamente o que eu quero fazer. Acordo pensando nisso, durmo pensando nisso: o que eu quero pra minha vida?

Crise dos 30 anos? Crise por ser humana? Ora, quem de nós está satisfeito com o caminhos escolhido? Pra onde vamos? De onde viemos? E afinal, as facas Ghinzu cortam as meias Vivarina?

Sei que é um sintoma de desequilíbrio emocional achar que ninguém no mundo te compreende. Mas eu me identifico com a frase de Bertold Brecht: "Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem."

E dá-lhe terapia!

5 comentários:

Filipe Limas disse...

Será que a solução é tentar se encontrar? Essa é uma busca que talvez apenas confunda mais.

Mesmo que eu também o faça, não sei se é o correto.

Beijos

T R disse...

Eu acredito que essa pergunta sempre existirá e sempre deve existir. É o que nos motiva a buscar sempre, por algo que nos satisfaça e nos deixe feliz.

Eu também me pergunto isso todos os dias, e acho que o tempo nos trará a resposta.

Também tenho praticado dizer tudo o que penso, porque aprendi que guardar mágoa e passar nervoso só faz mal a uma pessoa: nós mesmos. Você faz muito bem em praticar isso!

Adorei a frase do final. E não acho ser um desequilíbrio emocional. Todos nós nos sentimos incompreendidos em um momento da vida. Na verdade, em vários. O que temos que fazer é lutar para que a nossa própria compreensão, dos nossos próprios dramas, seja suficiente para nos deixar felizes e vivendo em paz.

Beijos

Anônimo disse...

Nossa, lendo tudo isso me identifiquei muito, sabe que eu estou exatamente nessa fase, com tanta coisa na cabeça, sem me sentir compreendida, a mente chega ferve, que coisa louca viu, até cansa um pouco isso, aliás, por isso marquei a terapia pra hoje, depois de um mês sem né, preciso de respostas!!! Ah, quanto ao médico já marquei sim, vou ver o que acontece nesse corpo que me dá muito trabalho hehee. Nem vou ficar me pesando muito viu, apesar de ter uma balança no quarto, uma no banheiro, isso me deixa paranóica. Beijosssss e vamos fazendo aos poucos que o resultado há de aparecer.

Anônimo disse...

Eu faço o tipo conformista: tenho certeza absoluta de que passaremos a vida inteirinha tentando ver sentido nessa coisa que chamam de existência. Certo e errado, o que é devido e o que desejamos, tudo isso é abstração pura. Aqui, na hora, só dá mesmo pra controlar as coisas mais simples, tipo não matar ninguém, e tentar não se violentar muito - difícil esse, porque a gente vive se contrariando em função de coisas terceiras - no mais é isso que eu acho. Se terapia ajuda? Com certeza. Falar alivia, no mínimo.

Rosa disse...

eu sempre achei que essa sua certeza de não fazer aquilo que queria fazer é que te movia tão bem em faze o que já faz da maneira que faz. Cê entende?

é a tua força em se preocupar sobre o que faz é que muda tudo. e te faz cada vez mais curiosa sobre isso. e eu admiro. Não quero ter decidido que estou no caminho certo um dia e pronto. porque eu ainda acho que esse tal de caminho certo não existe. é um pouco de acaso também.

beijo, lírio.