"Ajusto-me a mim, não ao mundo." (Anais Nin)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Confessions of a drama queen


Eu confesso, eu sou dramática. No mundo fantástico da minha imaginação até a situação mais corriqueira tem trilha sonora, uma frase de efeito e um figurino marcante. Pra ficar num único exemplo, desde criança eu sonho em ser cantora. Tá, todo mundo sonha em ser cantora. Mas eu não apenas cantava com o shampoo de microfone no chuveiro. Eu criava mentalmente clipes que envolviam lágrimas escuras de maquiagem correndo pelo rosto, vestidos brancos esvoaçando numa pré tempestade ou botas de vinil e corselets. Uma mistura de Alice Cooper, Amy Lee (antes mesmo que a moça existisse!) e Kate Bush.

Saindo do plano das idéias, essa tendência me faz bagunçar meu coreto. Porque meus relacionamentos tem que ser intensos. Meus amores, eternos. Minhas brigas são dignas de cinema e minhas inimizades dariam uma novela mexicana. Cada dia tem que ser vivido com tanta intensidade que das duas uma: ou fico exausta de tanto drama ou me entendio até o fim quando "nada" acontece.

Sou daquelas pessoas que terminam uma discussão sobre música com um "e nunca, nunca mais fale comigo novamente!" mais dezenas de lágrimas grossas, o guardanapo jogado sobre a mesa e uma saída triunfal do restaurante deixando a pobre da outra pessoa atônita se pergutando onde estão as câmeras. No quesito crise de ciúmes, a Maria Elena da Penelope Cruz fica no chinelo!

Mas eu também sou capaz de dar o abraço de reencoontro mais gostoso do mundo quando estou com saudades. Posso preparar um jantar romântico de fazer inveja aos dos filmes de Meg Ryan e fazer todos os grandes gestos que se espera de uma pessoa que sente com intensidade. Eu sou o tipo de garota de manda flores, escreve cartas de amor de 10 metros, leva doces pra alegrar um dia azedo... Eu pego estrada pra dar um beijo em quem eu amo, eu saio correndo pra estar ao lado de uma amiga em crise.

Eu sou uma Drama Queen. Eu choro o tempo todo, eu rio alto, eu canto em público. Eu acho que vou morrer de dor de cotovelo e tenho crises de amor. Talvez viver comigo seja uma montanha russa emocional. Talvez seja suícidio mental. Se você gosta de segurança e discrição, saia correndo! Mas se escolher ficar, eu prometo que em algum momento, você vai achar que está vivendo num filme...