"Ajusto-me a mim, não ao mundo." (Anais Nin)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A ballad of John and Yoko


Sempre me fascinou o romance de John Lennon e Yoko Ono. Claro que, como Beatlemaníaca que sou, prefiro atribuir o fim da banda à má influência que ela exerceu sobre Lennon a acreditar num súbito desgaste na parceria de mais de dez anos entre ele e Paul.

Questões musicais à parte, o que levou um homem considerado genial, popular, famoso e rico a declarar que ele e a garota feia, medíocre e sem graça eram "um só"? Que força mágica (ou trágica) fez com que o mito deixasse a maior banda da história pra unir-se à amada, que tinha um talento musical obviamente ordinário, num projeto que levava não o seu nome, não o nome de Eric Clapton ou Ringo Star, que também participaram, mas o dela: a Plastic Ono Band?

Amor, para os mais românticos. Obsessão, para os mais amargos. Eu fico com uma "combinação" dos dois: paixão, daquelas fulminantes. Do tipo adolescente, que faz você querer fazer declarações públicas de afeto, largar tudo, colocar fotos conjuntas no avatar do MSN, casar com três meses de namoro e ter 18 filhos. Aquela, que os cientistas afirmam ter o mesmo efeitos do uso de drogas. É, mas a gente sabe que paixão assim não dura quase 15 anos. Em regra, acaba rapidinho, deixando uma sensação de vergonha lá no fundo. Ou, termina para um dos dois, davastando o outro no processo.

Como John não pode opinar e a Yoko... Bem, quem se importa com o que ela diz? Resta-nos fazer conjecturas. E a minha é que a paixão avassaladora dos dois sobreviveu à convivência devido a uma imensa comunhão de interesses e sentimentos. No começo da relação eles tinham tesão em fazer disco e fotos pelados (oh céus, como esquecer aquelas bundas flácidas?). Depois, foi a campanha contra a Guerra no Vietnã, mais fotos pelados, mais discos, uma separação e Sean.

Talvez o segredo do amor eterno seja abraçar as causas do parceiro a ponto de torná-las suas. Ou assumir a postura de companheiros, amigos, amantes no melhor estilo "nós contra o mundo". Mas acima de tudo, impedir que fatores externos abalem os sentimentos de um pelo outro. Não importa se esse mundo é o dos fãs e dos Beatles, dos amigos, da sogra, do chefe ou da gostosa do escritório. Talvez... Ou talvez, amores assim, como a genialidade, a riqueza ou a fama, não aconteçam pra todo mundo.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

To Sir, with love...

"Um professor afeta uma eternidade. Nunca se pode dizer quando sua influência termina." Henry Brooks Adams

A todos os professores, que sabem que ensinar é uma atividade que não pode ser executada sem a alma, só de corpo presente. Que entendem são esperados infalíveis, mas não se intimidam. Que dão o melhor de si pra adquirir e aperfeiçoar os conhecimentos que transmitirão. Que, a despeito de saber terem uma profissão mal remunerada, mal prestigiada e mal reconhecida, tem no progresso e no carinho dos alunos a maior recompensa.

Quanto a mim, só posso dizer que aprendi mais que ensinei, que rejuvenesço dez anos quando piso numa sala de aula e que me sinto honrada cada vez que um aluno meu me diz que fiz alguma diferença, por mínima que seja, em sua vida.

Aos meus alunos: vocês fazem minha vida melhor! E a todos os mestres de todas as áreas: FELIZ DIA DO PROFESSOR!

Glee, com "To Sir, with love", pra fazer chorar...



"Ao mestre, com carinho"

Aqueles dias de estudante
De contar mentiras
E roar unhas, se foram
Mas na minha mente
Sei que continuarão vivos para sempre
Mas como agradecer alguém
Que te levou do giz de cera aos perfumes
Não é fácil, mas tentarei

Se você quisesse o céu, eu escreveria nele com letras
Que estariam há mil milhas de altura:
Ao mestre, com carinho!

O tempo chegou
De fechar os livros
E os longos últimos olhares tem que acabar
Enquanto eu vou embora
Sei que estou deixando meu melhor amigo
Um amigo que me ensinou a diferença entre certo e o errado
E o forte e o fraco
E isso é muito pra aprender
O que posso te dar em troca?

Se você quisesse a lua, eu tentaria te dar as estrelas
Mas eu prefiro te dar meu coração
Ao mestre, com carinho..."

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Colírio Nerd no Desamélias

Venho orgulhosamente divulgar a homenagem num um blog de mulheres lindas, inteligentes e de muito bom gosto, o Desamélias. O blog é uma delícia, feito sob medida pra pessoas nada ordinárias. Entrem, divirtam-se e vejam por si mesmos as ilustres companheiras que me atribuiram como Plus Size, Plus Sexy. Pra quem sabe o que é bom...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ah, look at all the lonely people...

Tem gente que nasceu pra ser sozinho. E não digo isso com a amargura daqueles que acabaram de tomar um pé na bunda. Mesmo por que, num mundo imperfeito, de pessoas imperfeitas como o nosso, acreditar que vai passar a vida toda sem ser traído, magoado ou humilhado, é insanidade. Ou arrogância. Mas no fundo, todas as pessoas que estão berrando aos quatro ventos que nunca mais amarão na vida, esperam lá no fundinho que isso não seja verdade, que o grande amor apareça e faça isso tudo virar uma triste lembrança.

Todas, menos os membros do Clube da Autossuficiência. É, pois existe uma categoria de pessoas pra quem o desgaste de um relacionamento não compensa a parte boa. Pessoas com dificuldade em se comprometer ou que, embora tentem com afinco, tem problemas em ceder, ainda que um pouco, em suas convicções, vontades ou crenças em prol do parceiro. Ou da relação.

Egoístas? Problemáticos? Ora, se no vastíssimo mundo das peculiaridades humanas tem espaço pra pessoas que cometem as piores atrocidades, por quê tamanha preocupação com quem não acha que precisa encontrar uma metade pra ser feliz? Ser sozinho num mundo feito para pessoas juntas é um bocado complicado. É como se você abrisse um precedente pra que todas as pessoas se intrometam na sua vida. Os pais se preocupam, os conhecidos tentam te juntar com alguém, os amigos casados ficam com pena, os solteiros te incluem no grupo do "estou louco por um grande amor" e estranhos dizem "Ah, um dia você encontra sua metade".

Não, muito obrigada. Sou uma pessoa inteira e completa, que aprecia ter as rédeas da minha vida nas mãos, que defende a independência e que acha que a única razão pela qual duas pesssoas devam viver juntas é se elas conseguirem proporcionar felicidade recíproca. Sim, eu sei que todo relacionamento passa por momentos bons e ruins. Mas qual o sentido de estar numa relação se ela é mais sofrida que vivida? Quantas e quantas pessoas eu encontro diariamente pra quem o parceiro é fonte de dissabores, mágoas, brigas, agressões, cobranças e até, solidão? Do pior tipo, pois ser sozinho e livre tem suas vantagens. Ser sozinho acompanhado, não.

Eu expulsaria o grande amor se ele aparecesse? Provavelmente não. Pessoas sós, embora não gostem de ouvir falar de pessoas juntinhas, sabem amar. Elas apenas não consideram relacionamentos amorosos o aspecto primordial da vida e pensam que, pra valer a pena abrir mão de parte de si mesmo, é preciso uma relação de respeito e troca mútuos. E com uma grande dose de independência entre os parceiros.

Não, eu não preciso de "alguém". Eu preciso de água, oxigênio e alguns nutrientes. Eu preciso de amigos, da minha família, do meu trabalho, da minha saúde. Se um dia alguém aparecer, alguém que faça meu coração se sentir leve e meu corpo, em casa, esse alguém será bem vindo pra compartilhar minhas alegrias e meus dramas. E trazer os dele, pra que eu os divida também. Até lá e se, o prazer de agradar apenas a mim mesma (no limite da civilidade) ainda é o maior que posso ter.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Something Old, Something New...

Eu falava com alguns amigos sobre desapego. Esse negócio de doar roupas que não são usadas há mais de um certo tempo ou queimar cartas antigas. Enfim, aplicar na prática aquele chavão de auto-ajuda sobre eliminar o que não serve mais para que as coisas boas possam entrar.
Isso fica muito mais complexo no que diz respeito a sentimentos. Desapegar-se de situações emocionais destruídas, abandonar mágoas carregadas por anos como uma bagagem extremamente pesada e desajeitada, parar de tentar consertar o relacionamento quebrado, estes sim, verdadeiros desafios. O tal do deixar ir... Eu olho em volta e vejo pessoas que saem de uma situação pra outra com naturalidade. Pessoas que encerram seus capítulos, fecham seus livros e fazem daquela história apenas isso: algo a ser recordado. Outras, categoria na qual eu infelizmente me incluo, passam pelas situações e deixam pedaços grandes de si pra trás. E trazem souvenires enormes, caros e inúteis na bagagem.
Pra mim, nada mais doloroso do que finais. Eu posso estar totalmente desligada da situação, da coisa ou da pessoa, mas é só me dizerem que não posso mais ter aquilo, e a ansiedade sobe a níveis altíssimos e eu quero me apegar, manter a qualquer preço. Injusto e nada saudável.
Hoje sei, porém, que não posso ser livre se estou ancorada em velhos padrões, velhas relações, velhos hábitos. E liberdade ainda é algo que eu desejo mais do que qualquer outra coisa. Apreciar minha companhia, olhar pra dentro de mim e ver que sou uma pessoa completa e que qualquer vivência que eu tenha vai ser por amor, por alegria, por vontade... Nunca por medo, posse ou obrigação. Desse jeito a vida não te quebra. E sem esse monte de malas, a gente pode caminhar mais livremente e com mais segurança.
Eu estou rompendo e encerrando tudo e o que quer que seja que me doa. Oficialmente, cortando as amarras. Já derramei lágrimas por uma vida pelos mesmos e tediosos motivos. Agora eu quero o novo, agarrar as boas oportunidades que surgirem sem dó. Algumas perdas vão machucar mais que outras. Mas no final,nada fará falta. O que for mantido, será clássico, atemporal, pra vida toda. Amado e bem vindo como uma boa música velha.